Hoje cedo, ao comprar um chinelo de borracha - que seria usado imediatamente - vi que a vendedora havia envolvido o produto com um delicado papel de seda antes de colocá-lo na bolsa da loja. Quando eu disse que não queria nem papel nem sacola, ela se mostrou indignada e, com muito mau humor, me entregou a compra. Fiquei pensando: qual a função de um papel de seda envolvendo produtos tão ordinários como uma flip-flop, um jeans, ou mesmo um cinto de couro? O "desperdício invisível" é um dos assuntos que venho discutindo nos grupos de estudo sobre consumo e sustentabilidade. De algum modo, o consumo no varejo precisa rever suas práticas imediatamente e esse movimento pode ser iniciado a partir de movimentos do próprio consumidor.
Já que este blog se dá ao luxo de fazer associações livres, os pensamentos que me ocuparam a manhã ganham aqui forma plástica em dois projetos internacionais. Primeiro, destaco o sistema de serviço de produtos da empresa americana MIO. Com atenção ao ciclo de vida de itens usados no dia-a-dia, como papéis de presente, eles sugerem o uso responsável e ajudam o consumidor a empreender o movimento sustentável daquilo que é comercializado pela empresa. Veja o caso dos papéis. chamados "Loop by The Yard". Feitos em Tyvek - aquele material de polietileno não tecido - e vendidos na medida ordenada pelo cliente (com largura máxima de 114 cm), o produto acompanha um envelope pre-pago que será usado pelo consumidor para retornar os restos do produto (como tiras que sobraram depois que ele embrulhou, encapou, recortou, etc...). Além disso, o próprio papel poderá ser reutilizado ad infinitum, pois é mais resistente que as embalagens comuns. À direita, coleção de Peter Jensen inspirada justamente nos tais embrulhos.
para conhecer um pouco mais sobre a MIO, acesse www.mioculture.com
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